Pausa para Falar do Livro: Pra Ser Sincero - 123 Variações Sobre um Mesmo Tema - Humberto Gessinger

Hoje a resenha vai ser mais especial do que de costume, sabem por que?

Essa resenha foi escrita por um amigo meu, e é bem provável que ele apareça por aqui mais vezes.

Seja bem vindo, Márcio Melo.

Vamos ao trabalho dele!

Título: Pra Ser Sincero - 123 Variações Sobre um Mesmo Tema

Série: -
Autor: Humberto Gessinger
Editora: Belas Letras

Páginas: 304

Ano: 2009

Onde comprar: Submarino | Livraria Saraiva

Mais informações: Skoob

Sinopse: 

Em 11 de janeiro de 1985, mesmo dia da abertura da primeira edição do Rock in Rio, Humberto Gessinger subia ao palco do auditório da Faculdade de Arquitetura da UFRGS de cabelo new wave e bombacha, para o primeiro show de uma banda que tinha nascido para durar uma noite só. Era para ter se chamado Frumelo & Os Sete Belos, mas ninguém gostou, então os integrantes da banda resolveram fazer uma brincadeira com os estudantes de Engenharia e os surfistas que frequentavam o bar da universidade, que estava a pelo menos 100 quilômetros do mar. Engenheiros do Hawaii.

Vinte e cinco anos depois dessa estreia, Humberto Gessinger – que acompanhou todas as formações desde o primeiro show – lança neste livro seu olhar sobre a trajetória do grupo, sobre cada uma das composições e revela curiosidades e bastidores das gravações. Com fotografias inéditas, informações sobre cada um dos discos, letras comentadas e um diário de 1984 a 2009, Pra Ser Sincero é um livro sobre uma banda que era para ter durado uma noite só, mas que acabou escrevendo um capítulo da história do rock brasileiro, mesmo estando longe demais das capitais.

Resenha:

Pra Ser Sincero - 123 Variações Sobre um Mesmo Tema traz a história de Humberto Gessinger, e sua carreira como músico do Engenheiros do Hawaii, Gessinger Trio e Pouca Vogal. 

A linguagem é de fácil compreensão e cativa tanto os fãs assíduos de Beto, que tem no livro as respostas para as dúvidas sobre a obra sua vida, como aqueles que o conhecem apenas como o “vocalista do Engenheiros do Hawaii”; e também pela oportunidade de conhecer melhor a trajetória deste ícone do rock nacional. 

Apesar da ordem cronológica, o livro não é uma autobiografia maçante e pontual, mas sim uma série de relatos sobre as experiências vividas por Gessinger ano a ano, desde o início de sua carreira até os dias atuais. 

O projeto gráfico do livro foi muito bem pensado com várias imagens ilustrando a narrativa, fazendo com que o leitor consiga enxergar e sentir a emoção de cada momento relatado. Destaque especial para várias fotos do arquivo pessoal de Humberto Gessinger, como ele criança tocando violão; a Fender Telecaster utilizada na gravação do primeiro CD do Engenheiros do Hawaii, sua coleção de instrumentos, fotos de bastidores, ensaios e com a família. 

Outro ponto interessante, porém que divide opiniões, é o fato de haver vários trechos das músicas de Gessinger durante o texto. Fãs certamente deliram ao ler trechos de suas músicas preferidas durante o texto, mas quem não conhece o trabalho do músico pode ficar perdido e entender como uma propaganda forçada.

Gessinger fez ainda uma seleção de 123 músicas (o número 123 aparece frequentemente no livro, inclusive no título, seria isso uma viagem do Beto ou estratégia de marketing?) de sua obra, que aparecem em um capítulo à parte. Há vários comentários sobre as letras, e curiosidades, como a música “Engenheiros do Hawaii, a Canção” de 1984, que deu nome a banda mas que nunca foi gravada, além de letras inéditas.

Acredito que Humberto Gessinger conseguiu agradar fãs e não-fãs com esse livro, mostrando que seu talento vai muito além dos estúdios e palcos! Sua carreira como escritor é tão promissora quanto a de músico, e quem ganha somos nós, leitores!

Por Márcio Melo.